sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Projeto Escalada - RS

Todo escalador tem um projeto na gaveta, eu por exemplo tenho "vários", alguns menores e possíveis outros maiores e quase impossíveis ( Patagonia Argentina, Chile,etc...). Pois então, nessas férias de Janeiro tirei da gaveta um dos "possíveis". Sairemos de Florianópolis dia 03/01 pegaremos a serra em direção a Caxias do Sul-RS (Gruta da 3° legua), depois Farroupilha-RS (Cachoeira do Salto Ventoso), em seguida Ivoti-RS ( Campo do Behne), uma esticada até Pelotas-RS pra ver a familia e escalar na pedreira de Monte Bonito e na volta ir para Torres-RS escalalar na beira do mar. Pretendo manter atualização do blog na viagem com noticias e dicas, afinal o objetivo e mostrar o que temos de bom na região sul para pratica da escalada esportiva. Aguardem....
A - Saida de Florianopolis- SC;
B - Gruta da 3° Legua - Caxias do Sul-RS;
C- Salto Ventodo - Farroupilha-RS;
D- Campo do Behne- Ivoti-RS;
F- Pedreira Monte Bonito - Pelotas-RS;
I- Torres-RS.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Escalada em Rocha - Cordas

Antes de tudo existem diferentes tipos de cordas. Apenas um grupo específico dentre todas as famílias e variedades das cordas disponíveis no mercado pode ser utilizado para segurança em esportes de escalada.
Esta categoria é genericamente denominada de corda dinâmica, e são materiais que possuem a capacidade de funcionar como conjunto mola-amortecedor de ação progressiva. Essa genial capacidade permite que escaladores saiam ilesos mesmo quando submetidos ao impacto de desaceleração em quedas da ordem de 30 ou 40 metros, desde que não haja um choque contra a parede ou outro material sólido de qualquer natureza.
Juntamente com a cadeirinha, a corda é a alma da segurança em escalada. É o material que mais sofre deterioração com o uso, tanto de caráter abrasiva quanto estrutural (capacidade de amortecimento de queda). Como se isso não bastasse, é normalmente empregado de forma que impossibilita a instalação de um sistema secundário (backup) de segurança. Isso faz com que esse material careça de atenção e cuidados especiais.
Muitos acreditam que a elasticidade da corda é uma característica especial de um determinado tipo de nylon chamado perlon, mas essa afirmação não procede. As cordas modernas de escalada são fabricados com o mesmo material que se emprega na construção de maiorias das cordas estáticas, tanto de uso esportivo quanto de uso tático e profissional.
Existem outras categorias de cordas que empregam poliéster e polipropileno para alguns materiais de uso específico, mas a grande maioria utiliza fibras de poliamida conhecidas como nylon 6. A única (porém grande) diferença entre as fibras que compõem as cordas dinâmica e as cordas estática é o fato de que as da dinâmica passaram por processos de encolhimento térmico. Esse processo é complexo e normalmente é executado em várias etapas. Esse nylon pré-encolhido é empregado na fabricação das cordas dinâmicas de escalada.
A construção da corda dinâmica tecnicamente conhecida como Kernmantle consiste em um conjunto de feixes da alma torcidos em espiral fechados dentro de uma capa. A maioria das cordas estáticas também são fabricadas com a construção Kernmantle, mas nesse caso geralmente a alma consiste em um único feixe de fibras de nylon 6 (sem tratamento térmico) dispostos paralelamente fechado dentro de uma capa.
A diferença de textura de uma corda dinâmica com uma estática não está portanto no processo de fabricação em si, e sim na diferença de ajuste das máquinas que as fabricam. As capas das cordas dinâmicas são produzidas por máquinas que carregam entre 30 a 40 bobinas de pequenos feixes de fios, trançados em par enquanto que as cordas estáticas são trançados com menos de 20 bobinas. Isso permite que as capas das cordas estáticas sejam tecidas com feixes maiores, o que possibilita a fabricação de cordas com capas mais espessas do que as dinâmicas. O aperto dos pontos na capa da corda estática também é maior do que nas cordas dinâmicas, fazendo com que a capa e a alma trabalhem juntos nesse caso. Nas cordas dinâmica já é importante deixar a capa mais solta em relação à alma, pois se assim não fosse uma das duas partes sofreria mais sempre que houver deformação por tração (esticar).
As características de uma corda deve ser bem analisadas na hora da aquisição e, mais importante ainda, o seu desgaste deve ser monitorado ao longo do tempo. Não se esqueça de que disso depende a sua integridade.
Antes de seguir, vamos entender melhor como funciona a o processo de absorção e dissipação de energia do impacto de uma queda numa corda dinâmica:Absorção de impacto de queda
Uma corda dinâmica moderna funciona como um conjunto mola-amortecedor de ação progressiva. Já foi dito que, considerando-se que uma pessoa saudável convencionalmente consegue suportar a força de aceleração (ou desaceleração) da ordem de 15Gs (15 vezes a aceleração da gravidade) sem sofrer danos físicos ou efeitos colaterais de caráter imediato ou permanente, todos os cálculos são feitos de forma que, em tese, um corpo padrão de 80Kg nunca chegue a sofrer pressão de (des)aceleração da ordem de 1.200Kg (80 x 15).


A absorção e dissipação da energia da queda ocorre basicamente por três processos: deformação permanente, deformação elástica e pelo atrito interno das fibras.
1 - Deformação Permanente: Deve-se considerar este tipo de deformação com especial atenção pois, como o próprio nome diz, é de caráter definitivo. Dito isto fica claro que, se um escalador sofrer duas quedas absolutamente iguais numa mesma corda, o segundo impacto será mais forte do que a primeira.
2 - Deformação Elástica: Uma parte da deformação total sofrida pela corda no processo de amortecimento de queda, retorna gradualmente ao estado mais próximo possível do original. Esse processo de reencolhimento acontece progressivamente e leva um certo tempo. Assim, se você estiver escalando e levar uma boa vaca, esses de perder o rumo da casa, o ideal é que se espere pelo menos 15 minutos antes de submeter a corda novamente.
3 – Atrito Interno: O atrito interno entre as fibras de nylon dissipa a energia da queda gerando calor. Nos pontos de atrito intenso como na curva do mosquetão de impacto e no nó de encordoamento, pode até ocorrer micro fusão (derretimento) de fibras e formam empelotamento da alma.
Na minha opinião particular, a melhor corda para escaladas tradicionais e uso profissional, ainda que extremamente cara e possuir força de impacto elevada, é a Edelweiss Stratos (principalmente em locais com rocha abrasiva ou nas escaladas pesadas). Obviamente as características da corda ideal varia de acordo com o tipo de uso e ambiente.

Como escolher uma corda:


O tipo de corda utilizada para segurança em escalada é conhecida genericamente como corda dinâmica. Alguns dados devem ser observados na hora da aquisição da corda. São eles Elongação passiva (working elongation), Força de impacto (impact force) e, em segundo plano, Quantidades de queda UIAA (UIAA falls). O que vem a significar cada um desses parametros?
Elongação passiva (Working Elongation): Determina o quanto a corda estica quando submetido a uma tração passiva do nosso velho padrão de 80 Kg e, é expressa em %. O valor tem variado em torno de 5 a 9% dependendo do tipo e bitola da corda. Considerando-se que um dos grandes problemas do desgaste da corda é exatamente o fato dela ficar raspando na parede (devido a elasticidade) por movimentação de um corpo nela atado (principalmente durante a prática de subida com jumar), pelo menos no plano teórico, quanto menor a elongação passiva, melhor a corda.
Força de impacto (Impact Force): Determina o impacto máximo atingido também pelo nosso padrão de 80 Kg, quando submetido a um teste de queda UIAA numa corda sem uso. Nesse teste, uma corda de 2,8 metros é atada a um dinamômetro e o corpo sofre uma queda de 4,8 metros (fator de queda da ordem de 1,71). O dinamômetro registra assim a carga máxima de impacto da queda. Teoricamente, quanto maior o amortecimento, melhor a corda. Idealizando-se o equipamento, este deve apresentar um baixo força de impacto.
Antes de se falar em quantidades de queda UIAA, deve-se entender o mecanismo pelo qual ocorre o amortecimento de choque. Quando Uma corda é submetida a um impacto forte, esta deforma muito mais do que os 5 a 9% passivos. Esse valor pode chegar a superar os 20%, numa deformação parcialmente elástica, pois uma parte dela é de caráter permanente. Essa deformação, juntamente com o calor gerado pelo atrito das fibras internas da corda e a energia potencial (a corda volta a contrair logo após a elongação máxima de impacto) é que dissipa a energia da queda. Isso dito fica óbvio que, se a mesma ponta de uma corda for submetida a duas quedas absolutamente idênticas, o impacto da segunda queda será maior do que a primeira.
Quantidade de quedas UIAA (UIAA Falls): Determina quantas quedas do padrão UIAA pode uma mesma parte da corda sofrer antes de atingir o valor crítico de 1.200 Kg no dinamômetro. Se uma corda tivesse a capacidade de auto-recuperar ela poderia suportar sucessivas quedas indefinidamente. Mas como isso é absolutamente impossível, você deve buscar uma corda que tenha alto número em quantidades de queda UIAA.
Assim, a força de impacto determina a carga da primeira queda. A quantidade de queda UIAA diz quantas quedas daquele padrão pode uma mesma parte da corda resistir até o ponto de risco. Essa informação é importante desde o momento que fique claro que a corda aparentemente nova nem sempre é uma corda segura. Uma pessoa que costuma detonar nas escaladas e voar radicalmente deve marcar o histórico de queda de ambas as pontas da corda para se ter uma idéia do mapa de deterioração. Uma corda que esteja deformado permanentemente em mais de 10% do comprimento original possivelmente não estará em boas condições para escaladas com potencialidades de quedas grandes e/ou de alto fator.
Uma corda ideal deveria se comportar estaticamente a baixa carga (elongação passiva 0%), possuir alta capacidade de absorção de impactos fortes (baixo força de impacto) e capacidade de auto-recuperação em que, uma vez aliviada a carga, contraia lenta e gradualmente por si só, de forma que a deformação desaparecesse. Impossível, por enquanto.
Outro ponto que também deve-se considerar é a capacidade de resistência a abrasão. As rochas brasileiras costumam ser mais ásperas do que as encontradas nos países temperados onde são projetados os equipamentos. As cordas macias, ainda que mais gostosas no manejo, mas normalmente sofrem desgastes de abrasão maiores do que as cordas duras.
Um outro cuidado que se deve tomar com as cordas em uso diz respeito aos danos internos. As fibras da alma podem sofrer danos conforme o uso. Podem arrebentar ou ser cortados (por um grão de areia que penetrou pela capa, por exemplo) ou sofrer empelotamento. Para se detectar esses tipos de problema a corda deve ser esticada com força (humana) e apalpada de cabo-a-rabo com as pontas dos dedos. Uma corda que apresenta pelotas, buracos ou variação de diâmetro deve ser aposentada.
Existem algumas características que devem ser consideradas na aquisição de uma corda. Afinal de contas, é um equipamento caro e que garante a sua integridade.


Os tópicos a serem verificados são: segurança, eficiência e durabilidade.

   1- Single, Double ou Twin: As cordas simples, como o próprio nome diz, foram desenvolvidos para serem, digamos, auto-suficientes em condição normal de uso e vem marcados com um número 1 nas pontas. Na maioria dos casos utiliza-se single ropes para esportes de escalada.


Os Doubles e Twins devem ser utilizados em par, e vem marcados com o número 1/2 nas pontas. A diferença entre os dois é que os doubles podem ser costurados um a um, alternadamente enquanto que o twin deve ser sempre costurados em par. Essa técnica é especialmente interessante em escaladas mais complexas onde as condições ambientais são mais agressivas como escaladas em gelo, ambientes alpinos e, em certas vias tradicionais e big walls.


2- Comprimento: O padrão na década de 70 foi 40 ou 45m. Nos anos 80 foi convencionalmente aceito como 50m, mas nestes últimos anos as cordas longas de 60m estão ganhando terreno. Entre as conquistas mais recentes, existem até muitas vias, principalmente em escaladas tradicionais, em que as cordas de 60m são mandatórios. Muitos acreditam que o comprimento deva estabilizar nesses patamares principalmente por causa das dificuldades operacionais em manusear cordas muito longas, mas já existem no mercado materiais de 70m.
Apesar de mais pesada na mochila e trabalhosa para enrolar, muitas vezes, mesmo em vias clássicas, o fato de se ter 10m extras abre a possibilidade de emendar duas enfiadas numa só ou, efetuar paradas fora dos pontos convencionais para executar enfiadas mais longas. Isso resulta no ganho significativo em velocidade.
Para a escalada esportiva possibilita que se faça toprope em vias de até 30m. Uma outra vantagem diz respeito ao dano localizado nas pontas ou no caso de se utilizar a corda para trabalhar uma via, levando sucessivos tombos numa mesma ponta. Após uma temporada pode-se cortar 5m de cada ponta e ainda você fica com uma corda quase-que-nova de 50m.
Para se ter um parâmetro de quando cortar, eu tenho o hábito de marcar a corda no exato ponto de 5m a partir das pontas. Mantenho um monitoramento regular onde, se um dia a deformação permanente nas pontas fizer com que a marca fique a mais de 5,5m (10%) de deformação permanente, corto a corda nesse ponto para recuperar a capacidade de amortecimento.

3- Diâmetro: Do ponto de vista tecnológico pode-se dizer que seria possível fabricar uma corda de 9mm que pudesse ser utilizada como single rope. Obviamente isso traria outros problemas, principalmente no que diz respeito à aparelhos de segurança. Praticamente dodos os equipamentos foram desenhados para serem utilizados com cordas de 10 a 11mm e o emprego de materiais mais finos dificultaria o travamento na hora da queda. Além do mais, as capas tenderiam a ser mais finas e a vida útil da corda diminuiria.
Os single ropes modernos possuem o diâmetro que varia convencionalmente entre 9,2mm a 11mm. A resistência e o peso de uma corda é a razão direta do exponencial do diâmetro. Assim dito fica claro que os extremos foram projetados para serem usados para fins distintos.
As cordas com menos de 10,5mm de diâmetro são basicamente para escalada esportiva e livre, enquanto que os mais grossos são para escaladas tradicionais e Big Walls. Obviamente existem áreas em que a particularidade local exige materiais específicos.
Resumindo tudo, as cordas finas e duras, além de serem leves, deslizam bem na rocha e nas costuras. São os ideais para tentativa on sight ou red point. Os materiais bombers são bons para trabalhar vias e escaladas complexas.
Para aqueles que gostam de double ou twin já está no mercado materiais de até 7,8mm. Uma vez mais, aqueles que optarem por esse tipo de material deve prestar muita atenção, pois o travamento é consideravelmente mais difícil.

4- Textura: As cordas macias são gostosas e seguram melhor os nós. Por estas razões, muita gente acredita que a maciez é o fruto da evolução. No entanto, o surgimento das cordas macias nada mais é do que a especialização dos materiais, que nesse caso específico, foram desenvolvidos para serem utilizados em escaladas esportivas em calcários e rochas menos abrasivas.
Nos ambientes onde a rocha é lisa e macia, as cordas não carecem ser duras. No entanto, para serem utilizados em granitos ásperos ou rochas angulosas (mesmo que seja calcáreo), as cordas macias não são boas. Primeiro porque eles começam logo a levantar pêlos e engordar. Segundo porque agarram mais na superfície da rocha e aumentam o atrito.
Consequentemente na rochas brasileiras, via de regra, as cordas mais duras tendem a ser mais leves, eficientes e duráveis.

5- Capa: Muita gente pergunta-me se é normal uma corda de pouco uso apresentar a capa solta em relação à alma. Na realidade, todas as cordas dinâmicas, uns menos e outros mais, possuem a capa solta. Isso é uma característica importante pois se assim não fossem, as fibras de nylon da capa passaria a arrebentar gradualmente a cada vez que ocorre uma queda. É muito importante que se entenda que a forma com que a alma estica é diferente do da capa. Isso faz com que a capa solta seja uma condição necessária para o amortecimento.
Obviamente não estamos falando de exageros. Algo está errado quando a capa chega ponto de deslizar sobre a alma e/ou formar pontas vazias no fim da corda.
A espessura da capa é quase sempre uma proporção direta do diâmetro. Assim, via de regra as cordas mais finas possuem capa mais frágeis do que as grossas. A regra não vale quando são feitos outros ajustes, por exemplo quantidades de bobinas envolvidos no processo de confecção. No caso da companhia como a PMI, a corda dinâmica de 9,6mm possui a mesma espessura da capa da corda de10,5mm. Isso foi possível, entre outras coisas, por que a quantidade de bobina foi reduzida de 36 para 32.

      6- Alma: As cordas dinâmicas são invariavelmente compostas de alma que é um conjunto de filamentos torcidos em espiral dispostos paralelamente. Estes espirais não estão totalmente esticados dentro da corda e é isso que confere a elasticidade e a capacidade de aquecimento por atrito. A forma espiral dos filamentos quase nada tem a ver com efeito mola, como muitos acreditam.


O número de espirais que compõem a corda varia entre 7 a 13 feixes para cordas de 10,5mm de diâmetro, dependendo do fabricante e do tipo de corda. Via de regra, quanto menos feixes, mais duro e roliço tende a ser a corda.


     7- Deformabilidade da seção transversal: Existem cordas que estão sempre redondilhas e outras que deformam, adquirindo uma seção ovalada ou elíptica. Tenho visto muitas pessoas serem antipáticos em relação às cordas deformáveis, porém esta é uma característica muito importante. 


Quando a corda faz uma curva fechada, por exemplo nas quinas de rochas e nos mosquetões, a curva externa recebe maior tração do que a curva interna. Assim, uma corda que deforma mais tende a distribuir melhor a carga na hora do impacto.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Yôga e Escalada

O que é preciso para escalar bem?
Esse é um tópico muito discutido entre esportistas, talvez seja preciso força, equilíbrio, flexibilidade, entre outros fatores físicos.

Muito observo escaladores de diferentes aspectos, a maioria com todas as características citadas acima. Contudo acabo percebendo que não basta apenas fatores físicos para se desenvolver e evoluir neste esporte, pois o que mais segura um escalador é a falta de controle emocional, é saber controlar o psicológico e as emoções quando se depara com um fator de risco, com uma cadena no limite ou simplesmente com a sensação que poderá cair.
Yôga é uma filosofia estritamente prática que conduz ao samádhi.(Mestre DeRose)
Sámadhi é um termo em sânscrito que significa autoconhecimento, hiperconsciência, estado que só o Yôga proporciona.
Essa filosofia surgiu a mais de 5.000 anos na Índia antiga, foi criada por um homem de estatura mediana, pele escura, cabelos longos e negros, um bailarino chamado Shiva.
Essa filosofia cujo nome se denomina Yôga (união), é muito praticado por esportistas em geral, por proporcionar flexibilidade, alongamento, tônus muscular, equilíbrio, etc.



Gosto muito de comparar a escalada ao Yôga porque uma das características do Yôga Antigo, é ter agregado uma filosofia naturalista o que se assemelha muito com a proposta da escalada em conviver junto a natureza se identificando com ela quando se está em uma montanha ou até mesmo em uma falésia ou em algum setor de boulder, etc.
Você já se observou que às vezes antes de começar uma via, um boulder, uma escalada qualquer, como seu corpo reage? Ou mesmo parado apenas pensando e lendo os movimentos da via, seu corpo já começa a responder com uma respiração acelerada, músculos tensos, trêmulos e seu coração começa a bater cada vez mais rápido?
As mãos começam a suar e logo você pega no magnésio para secá-las, mais não adianta, você está envolvido por um grande medo, ansiedade e nervosismo! Mesmo antes de colocar as mãos na primeira agarra seu corpo já sofreu uma descarga de adrenalina.


Isso tudo ocorre por falta de controle emocional, e veja só que interessante, a emoção está ligada diretamente com a respiração!Dentro da prática do Yôga Antigo, existe um anga (parte), voltada somente para aprender a respirar corretamente, usando toda sua capacidade pulmonar. Contudo a prática do Yôga Antigo, não se limita em apenas respirar, mais aplicar pránáyáma (expansão da bio-energia através do respiratório), técnica que lhe proporcionará uma captação de energia vital, essa energia denomina-se prána, sua maior fonte é a energia solar que está contido em diversos alimentos como as frutas, por exemplo.
Muitos escaladores acreditam que quanto mais desenvolvem os músculos, menos flexíveis eles ficam e tem receio de se alongar para não perder sua força muscular, de fato, mais entenda que alongamento é outra coisa bem diferente que flexibilidade.
O SwáSthya Yôga ( pronuncia-se suásthya) possui uma divisão de técnicas que desenvolvem a musculatura de forma extremamente harmoniosa, conferindo domínio até de músculos considerados involuntários, o que contribui para uma melhor performance superior a qualquer esporte, dança ou luta. E ainda garante uma proverbial flexibilidade articular e muscular obtidas mediante eliminação de tensões localizadas, a conscientização de grupos musculares e as permanências maiores no ponto culminante de solicitação. (muitos escaladores ao longo do tempo acabam se lesionando nas articulações dos dedos, joelhos, ombros e costas).
Além de auxiliar com o fortalecimento e flexibilidade muscular o Yôga contribui para dominar o equilíbrio corporal.
Quantas vezes você já se deparou em meio de uma parede realizando movimentos delicados como subir o pé na pequena agarra onde sua mão está segurando? Ou aquele pé tão alto que chega até te jogar pra fora da parede e você cai!


Essa queda pode ter sido influenciada por alguns motivos como a falta de equilíbrio, flexibilidade ou até força de pressão na mão. Existe uma técnica que se chama ásana (pronuncia-se ássana) que são os procedimentos orgânicos do Yôga.
Os ásanas são aquelas partes mais visíveis, onde pode ser fotografado, é considerado uma posição estável, confortável e estética. Sendo assim existem tantos ásanas quantos seres vivos.
A compensação é fundamental para que os estímulos físicos só proporcionem benefícios e jamais comprometam sua coluna ou sua saúde em geral. O que ocorre normalmente a um escalador que não usa nenhum recurso para compensar os músculos do seu corpo, ao longo prazo, logo se percebe um desvio na coluna, ombros tombados para frente, dores nos dedos, a tendência de ficar com a palma da mão sempre um pouco fechada, e por ai vai.
Os ásanas podem ser utilizados para compensar muitos movimentos da escalada e até estimular regiões do corpo que ainda são fracos. (contudo, não se deve praticar Yôga só pensando em seus benefícios, isso o limitara)Na escalada é preciso ter muita concentração, desde na colocação de proteção de uma via, na sua leitura, na movimentação e a cada milímetro de deslocamento na parede. A interação com a mente, corpo e a escalada é muito importante para realizar seu objetivo.
As vezes quando se está escalando o mundo parece parar, sua mente se esvazia de todos os pensamentos e você tem a atenção somente para a via que está realizando, chega até parecer que nada mais existe e que você se transformou na própria pedra!
A meditação é a supressão das instabilidades da consciência, ou seja é a parada dos pensamentos. Quando se chega a este estado, a consciência se expande.

Veja um exemplo:
Você está encadenando uma via, aquela via que se determinou fazer a certo tempo. E você começou a escalar. Sem perceber você está chegando ao seu fim, aliás, faltam apenas três movimentos, que já não são os mais difíceis. “Que bom, mandei a via!” - Você pensa! Infelizmente você pensou, e conseqüentemente desviou por segundos a sua atenção da via, resultado, queda!Essa queda foi resultado da sua emoção. Ao sentir que iria cadenar a via, você tirou sua concentração do que estava fazendo. Enquanto sua mente estava vazia apenas vivenciando o presente, você estava concentrado apenas nos movimentos da via, mais ao pensar no futuro, houve um desvio da atenção do presente deixando sua emoção falar mais alto.
Com técnicas de meditação aprende a controlar as dispersões que sua mente pode lhe causar em muitos momentos importantes, não só na escalada mais para toda sua vida.
Gostaria de enfatizar que Yôga, não é religião, não é algo místico nem espiritual. Yôga é uma filosofia de vida estritamente prática, por isso só é Yôga quando se está praticando.

Encontro de escalada em Florianópolis



A ACEM - Associação Catarinense de Escalada e Montanhismo estará promovendo uma atividade no Parque da Pedreira do Abraão, sábado e domingo, dias 25 e 26 de setembro de 2010, das 09h00 ás 15h00.
O objetivo da atividade é mostrar o potencial da área para o desenvolvimento de atividades esportivas, de lazer para a comunidade e de promoção do turismo.
Consta da programação novas rotas, atividades de escalada e confraternização.

Data e Local:
Dias 25 e 26 de Setembro de 2010, com início previsto para as 09h00.
Na sede da ACEM, Rua Mário Cândido da Silva - Parque Aventura Maria
Inês Tournier Rodrigues - Bairro Abraão - Florianópolis - SC


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Preparo físico e muscular para escalada!

Senhores, segue mais um artigo muito interessante e importante para melhor o desempenho e prazer na arte da escalada, porque entendo que, subir numa pedra qualquer um pode com o minimo de treinamento possível, agora apreciar este é ato é bem diferente, então....

Na escalada, a técnica e o potencial físico funcionam como um só. Em certas ocasiões vemos como alguém sobe com uma facilidade inusitada ao mesmo tempo que consegue uma plasticidade de movimentos excepcional.
Não existem truques, simplesmente estamos diante de um atleta que possui uma técnica apurada, uma forma física surpreendente e algo que provavelmente poucos tenham, visão da escalada.

A visão é difícil de definir. Saber como dosar o esforço, localizar rotas mais além do óbvio ou mais próximo, ou aceitar quais forem nossas limitações e como encará-las enquanto treinamos para poder superá-las. Estes são exemplos de visão. E para muitos, a limitação física limita a criatividade na escalada. Vamos então tratar de melhorar nossa forma e poder desfrutar ainda mais de nosso esporte.

Começaremos sabendo que a relação peso - força do esportista é determinante. A força absoluta contempla o trabalho máximo que podemos realizar, por exemplo elevar um peso acima da cabeça com independência de nossa corpulência. A força relativa se refere a quanta força tem o esportista em função de seu peso. A dominada, flexão de braços suspenso em uma barra, é um exercício que incide diretamente neste conceito. Um esportista de 90 kilos com 1,80 m de altura poderia levantar acima de sua cabeça uma barra com 70 kilos durante quatro repetições e em outro exercício, as dominadas, poderia, (estamos diante de um exemplo, em qualquer caso real), fazer 8 dominadas com seu próprio peso. Um escalador, de 68 kilos com a mesma estatura, 1,80 m, primeiro poderia levantar 50 kilos mas faria 20 dominadas.

A força relativa nas dominadas podemos interpretar dividindo o número de repetições entre o peso corporal. No primeiro caso 8 repetições entre 90 kilos nos dá 0,088 e no segundo, 20 entre 68 kilos, nos dá 0,2941. Um número que reflete maior força relativa. Se este segundo esportista aumentasse para 24 repetições com o mesmo peso, alcançaria um índice de 0,3529, melhor que o obtido anteriormente.

Se incrementamos a resistência nas dominadas adicionando um peso suplementar suspenso em um cinturão, (forma habitual), por exemplo, 10 kilos, nosso primeiro esportista talvez pudesse fazer 2 ou 3 repetições, e o segundo, ainda faria 10. O escalador possui, quanto aos exercícios que temos mencionado, pior força absoluta, porém melhor força relativa.

Este fato é especialmente importante naqueles esportes nos quais a força da gravidade condiciona o rendimento. Todos já devem ter ouvido falar de escaladores e rodadores no ciclismo. Normalmente, os primeiros são mais magros que os segundos. Pedalando em terreno plano a força absoluta do ciclista condiciona o rendimento. Em terreno ascendente será sua força em relação ao seu peso. Um ciclista de 1,70 m e 58 kilos de peso poderia conseguir uma força de 450 watts em um cicloergômetro, (bicicleta estática desenvolvida para medir a força), e outro da mesma estatura e 63 kilos alcançaria 525 watts. O primeiro obteria ao dividir o valor obtido por seu peso, 7,75 watts, (450 ÷ 58), e o segundo, 8,33 (525 ÷ 63), com o qual se não incluirmos outras variáveis diríamos que o segundo ciclista ao possuir melhor relação peso - força, subiria melhor em terreno inclinado. É importante mencionar que só temos considerado esta variável, e que em condições reais de corrida as coisas podem ser muito diferentes.

Na escalada a força da gravidade é o principal obstáculo (obviamente há muitos outros, mas que saem do objetivo do artigo) e como tal, para superá-la devemos incrementar a força relativa. O primeiro que devemos fazer é um simples teste prévio planejado. Bastará realizar uma série de dominadas até o limite e contar as repetições alcançadas. Premissas fundamentais: estar descansado, (não seria sensato fazer o teste num día depois de uma escalada difícil) e haver realizado um bom aquecimento, (não há até agora dúvidas sobre a melhora do rendimento após um aquecimento prévio). Uma vez que tiver anotado o número de repetições alcançadas, e se tiver alcançado pelo menos 10, descansar 5 minutos evitando esfriar o corpo, (cobrir-se com roupa suficiente, ou correr suavemente podendo manter uma conversação fluente), e depois adiconar a seu peso corporal 10 kilos e repetir a medição. Talvez supere 10 repetições com o lastro extra. Se for assim, repetir o processo de descanso e adicionar outros 10 kilos para um total de 20.

Este é teu ponto de partida. Seria muito recomendável que procurasse um serviço de medicina esportiva para que determinassem tua constituição corporal e especialmente a porcentagem de gordura que definiria em teu peso total o quanto corresponde a essa gordura. Na escalada não é casualmente que os melhores sejam especialmente fibrosos já que a gordura é um lastro que não ajuda nada neste esporte. Isto em nenhum caso deve ser interpretado como uma cruzada ante a gordura que sem dúvidas tem funções estruturais, simplesmente é uma reflexão para aqueles que estejam desejando melhorar na escalada e tenham sobrepeso. O médico e ninguém mais, é quem deve opinar sobre qual é teu peso ideal. Qualquer planejamento que saia da rotina facultativa será arriscada.

A preparação física tem duas vertentes claras: geral e específica.

A preparação geral deve ocupar a maior parte do tempo de quem se inicia na escalada. Vamos descrever como, mas faremos uma advertência. É provável que muitos queiram se "adiantar" e saltar o condicionamento geral e começar diretamente com a preparação específica, provavelmente mais chamativa. Encarecidamente te pedimos que não o faça já que o risco de lesão é real.

A primeira fase deve contemplar o treinamento de musculação em ginásio ou academia aonde se pretende melhorar a força-resistência de todo o corpo. A única ressalva é que o exercício de costas sejam sempre as flexões.

Além disto deverá acrescentar 2 ou 3 dias de corrida na semana. 30 minutos em torno de 75 - 85% do teu ritmo cardíaco máximo. Será fundamental contar com um pulsômetro (Um investimento em saúde inquestionável). Os escaladores não são, como sabemos evidentemente, corredores, mas todo mundo se beneficiará de um incremento nas atividades cardiovasculares. Não insista mais além dos limites marcados. A corrida é parte da melhora geral e não específica.

Ambos trabalhos, musculação e corrida serão uma excelente base. Enquanto realizar este tipo de treinamento pode logicamente praticar a escalada e seguramente que notará melhoras. Se tua forma não é muito boa deverá trabalhar pelo menos durante 6 meses antes de iniciar o trabalho específico. Se estiver melhor bastarão 3 meses.

O treinamento específico deveria começar quando puder realizar um mínimo de 12 dominadas descendo totalmente até esticar os braços e subindo até ultrapassar a barra com a cabeça. Além do trabalho geral que deverá manter irá acrescentar os seguintes exercícios em dois ciclos de pelo menos dois meses cada um:

# Primeiro ciclo, duas vezes por semana. Após a corrida realizaremos:

* Posição superior do exercício "dominadas" aguentando o máximo tempo possível. Contar o tempo que conseguir. Quando não puder mais, abaixar o mais devagar que puder, e ao chegar na posição de braços esticados, aguentar aí também todo o tempo que puder. Igualmente tomar o tempo. Descansar três minutos e repetir o ciclo mais duas vezes até completar três.

* Agora descansar outros três minutos. O seguinte exercício consiste em aguentar o máximo tempo possível na posição de braços esticados mas agora com um só braço. Toma o tempo e muda para o outro braço. Quando o segundo braço se esgotar, e sem soltar a barra, começar de novo com o primeiro. Três séries para cada braço. Ponha especial interesse em aguentar o mesmo tempo com ambos os braços. Para isso, começar com o mais débil.

* Finalmente vamos trabalhar os antebraços. Segurar com ambas mãos na barra e situando-se na posição baixa, sustentando só com as duas últimas falanges. Agora são os antebraços os que mais trabalham. Aguentar todo o tempo que puder em três ciclos com descansos de três minutos. Queimará bastante mas melhorará muito. É importante que trate de aumentar os tempos em cada série do ciclo.

# Segundo ciclo: neste vamos trabalhar especialmente a fase descendente das dominadas.

* Os exercícios têm duas fases, concêntrica, fase que se desenvolve desde a posição de extensão do músculo até sua contração, a fase de subida nas dominadas, e fase excêntrica, desde a máxima contração até a extensão total, na fase de descida. Geralmente tenderemos mais força na fase descendente, (excêntrica ou negativa) que na ascendente, (concêntrica ou positiva). A força concêntrica melhora substancialmente trabalhando a fase excêntrica mas é fisiologicamente muito exigente. O volume de trabalho total deve ser menor que no primeiro ciclo. É fácil lesionar tecidos conjuntivos ou a própria musculatura. Se não estiver suficientemente treinado ou tua motivação supera teu sentido da autoproteção é melhor que não o realize.

* O trabalho deve ser realizado após um bom aquecimento. Prevendo o risco de lesões o faremos ao finalizar o trabajo de ginásio ou academia em geral. Embora a força absoluta esteja esgotada, o objetivo se cumpre igualmente e se reduz claramente o risco de lesão. O exercício é o seguinte: Em uma barra, subir até a posição de máxima contração e embora o faça com os dois braços, suportar a maior parte da descida com um só braço, subir de novo e descer suportando quase todo o peso com o outro. O objetivo seria poder descer lentamente com um só braço de cada vez. Máxima precaução: se não estiver realmente forte poderá lesionar, por isso deve fazer com os dois braços como indicado. Uma maneira rudimentar mas eficaz consiste em criar uma polia com uma corda. Um extremo se ata à cintura, uma cadeirinha por exemplo, e se passa a corda por cima da barra, atando no outro extremo um disco de peso que descarregará o que tenhamos que suportar de nosso corpo, com o qual faremos mais facilmente a fase negativa das dominadas com um braço. Necessitará de um companheiro provavelmente para auxiliar. O importante é que consiga deter a descida com um braço sem risco de fazê-lo sem controle. No começo e no final da descida terá mais força que no trabalho intermediário. .

* Poderá fazer dois treinamentos negativos na semana deixando espaçadas as sessões, Segunda-feira e Quinta-feira, por exemplo. Deixar ao menos 2 dias de descanso, embora fazê-lo a cada 4 ou 5 dias seria o desejável, até porque nem todas as semanas serão duas sessões. Este é um trabalho muito difícil embora não se perceba.

* Realizar uma retenção com um braço e logo seguido do outro. O descanso antes de voltar com o primeiro braço será aquele que te permita descer com certo controle, por isso não teremos como definir um tempo fixo. A princípio necessitará muito e com o tempo poderá fazer várias sem descanso. Completar nas primeiras sessões 5 com cada braço, e aumenta uma para cada braço em cada sessão de academia. Quando alcançar 15 com cada braço, iniciar novamente o primeiro ciclo. Os antebraços também trabalharão, neste caso te suspenderá com uma só mão com as duas últimas falanges, aguentando o máximo tempo com cada braço e alternando entre um e outro sem descanso.

Ao terminar este ciclo estará duas semanas sem trabalho de academia e se concentrará em praticar no muro artificial e na corrida a pé. Após o descanso fazer o teste de força inicial e surpreenda-se.

Fonte de pesquisas: biblioteca de montanha Barrabes
Tradução e adaptação: Beto Joly
 




domingo, 19 de setembro de 2010

Escalada Morro da Cruz - Florianópolis SC

Florianópolis e região conta com diversas áreas de escalada, com boulders, falésias, e uma parede de 130m.
Uma das principais áreas é o Morro da Cruz que conta com mais de 30 vias de escalada esportiva.


A grande maioria das vias é protegida com grampos e/ou chapeletas. Poucas vias exigem proteção móvel. A extensão das vias não excede 25 metros.



O base das vias é confortável com alguns locais de sombra. Não há fonte de água no local, e repelente de insetos é bem vindo a qualquer época do ano. No verão a área de escalada fica bem abafada e úmida sendo preferível escalar no início da manhã. No final da tarde em dias muito abafados acaba chovendo. Após chuvas fortes e duradouras a rocha demora para secar pelo menos 1 ou 2 dias de tempo bom. Algumas vias podem levar mais tempo.
A área de escalada está dividida em dois setores, a Face Noroeste e a Face Leste. A seguir estão listadas as vias dos dois setores. As vias estão listadas da esquerda para a direita de quem está olhando para a pedra. Devido a descontinuidade entre as gerações de escaladores algumas vias são conhecidas por mais de um nome. Após a listagem das vias são indicadas algumas referências de como identificá-las.

Setor - Face Noroeste

Voltado pra o Centro da cidade e para a Beira-mar Norte, conta com maior número de vias e é mais procurado. O sol começa a bater no final da manhã. O acesso por baixo é feito por um terreno baldio na esquina de um beco ao final da rua Édio Ortiga. Cruza-se o terreno baldio pela lateral do muro da casa que fica à direita do terreno. Após cruzá-lo segue-se a direita pela calha dos fundos da casa. Em seguida a trilha segue bem clara pela mata. A caminhada dura em torno de 10 minutos.
Veja este setor no google earth



O acesso por cima é feito pelo caminho do mirante no final da avenida do Antão e a trilha não é muito clara. Leva cerca de 5 minutos para chegar no topo da via 25 e até 10 minutos para as vias 11 e 14/15. É possível fazer rapel para descer nas vias 11, 14/15 e 25.

 

 

 

 

 

Setor - Face Leste

Voltado para o bairro Trindade, com apenas 5 vias é pouco frequentado. O sol bate de frente no período da manhã. O acesso é possível apenas por cima por um trilha pouco clara. É possível um rapel de 30 metros na via 'Baba do quiabo' ou seguir a trilha que desce até a base das vias com passagem por uma pequena chaminé.
Veja este setor no google earth


Como chegar no Morro da Cruz


Foto: Cristiano
Fonte: http://www.acem.org.br/morro_da_cruz.php

sexta-feira, 17 de setembro de 2010






Reinhold Messner.
A lenda viva do montanhismo mundial






"Eu nunca pus uma chapeleta (bolt) em toda a minha vida e nunca irei pôr uma proteção fixa numa rocha. Se eu não puder escalar sem uma destas proteções, eu não escalo. Nunca usei garrafas de oxigênio. Se eu não puder escalar sem oxigênio extra eu não escalo mais alto. Isso não é uma decisão difícil.

E eu nunca irei carregar um telefone celular comigo. Se eu carregar um aparelho destes, significaria destruir aquele sentimento de estar isolado e exposto que eu sempre procuro nas montanhas.

Estas são apenas as minhas regras. Agora que estou ficando mais velho eu apenas sonho em escalar montanhas menores,ou esquiar em áreas como a Antártica ou em áreas desérticas.

Eu sempre tento fazer esse tipo de coisa sem ajuda de fora. Depois de uma vida de nômade político eu irei passar pelo menos meio ano no meio da selva com apenas uma mochila - e ninguém saberá onde eu estarei indo." - Reinhold Messner


O montanhista mais famoso no mundo hoje, Reinhold Messner tem escalado desde que tinha cinco anos de idade. Nasceu em 1948 em Villnoss, Tirol sul.

Com 20 anos de idade, tinha escalado a maioria das rotas as mais duras no Dolomites e nos alpes ocidentais junto com seu irmão Gunter e tinha se Iniciado em formular sua dedicação e filosofia em escalar com pouco peso em limpo estilo alpino. Gunter (
Ver nota) foi morto mais tarde por uma avalanche em Nanga Parbat durante sua primeira expedição ao Himalaia.


Depois que realizou a primeira escalada sem oxigênio do Everest, suas ascensões em solo do Nanga Parbat e do Everest, sendo o primeiro para escalar todos os cumes com mais de oito mil e terminando os "sete cumes" como a terceira pessoa no mundo, ele se tornou uma lenda viva entre os montanhistas. - "desde 1978 minhas escaladas do Everest sem oxigênio e Nanga Parbat são insuperáveis." Messner mesmo considera a travessia entre Gasherbrum I e II com Hans Kammerlander em 1984 - ser sua realização suprema no himalaya.

Em 1975 ele e Peter Habeler fizeram uma indicação que estavam indo atacar uma montanha de 8.000m nas mesmas maneiras que feitas no Alpes. Após suceder em Gasherbrum I, sua escalada foi considerada como a introdução "da escalada em estilo alpino".

Algo a recordar sobre as escaladas de Messner que realmente fora o ponto alto para suas potencialidades e que ate hoje somente ele seria a pessoa para ter escalado a face extremamente perigosa de Rupal do Nanga Parbat e provavelmente a única pessoa que sempre verdadeiramente escalaria o everest sozinho. A montanha esta aglomerada hoje e se alguém reivindicar a escalar "solo", significa que este seria feito sem ajuda de outra pessoa do acampamento ao cume. Também fez Messner sua escalada durante a estação do após monção, algo nunca feita antes.

Messner tem parado de escalar e tem dito hoje que nunca outra vez retornaria as montanhas elevadas, mas em 1996 mostrou-se acima do acampamento baixo abaixo de Gasherbrum I, parou para olhar ao redor quando viu a multidão no acampamento base. Admite realmente jogar com a opinião para mais uma vez voltar mas se isto ira acontecer somente o futuro poderá mostrar.

Messer não tem nenhuma intenção de estabelecer-se em um ambiente livre de risco em seu castelo Juval nos alpes italianos, onde durante recentes anos onde foi tornado totalmente com expedições polares de pouco peso. Em 1990 era primeiro outra vez, agora cruzando o continente antártico a pé . Mais tarde era hora para o Ártico, entretanto a expedição era mal sucedida, mas uma segunda tentativa estava em sua mente...

Messner também e uma das poucas pessoas ocidentais que reivindicam ter visto o Yeti. De acordo com Messner, foi encontrado duas vezes, a segunda vez durante sua ultima expedição ao Karakorum, esta vez com retratos como a prova! São publicados em seu livro mais recente, liberado em 1999.

A memória de Reinhold Messner como um montanhista superior e um verdadeiro herói da escalada continua inspirando gerações de montanhistas no século 21.

No verão de 2000 Reinhold retornado ao Nanga Parbat para tentar uma rota ainda não escalada. Com ele estava seu irmão Hubert, Hans Peter Eisendle e Wolfgang Thomaseth. Apos ter alcançado muito altamente na parede da montanha, encontraram a crista do cume demasiado perigoso para continuar.

SELECTED CLIMBS AND EXPEDITIONS

1950 - 64 - Over 500 climbs in the eastern Alps, mainly in the Dolomites
1965 - Ortler North Face (Direttissima, 1st ascent)
1966 - Yerupaja
1966 - Yerupaja Chico (first ascent)
1966 - Walker Spur, Grandes Jorasses
1966 - Rocchetta Alta di Bosconero North Face
1967 - Civetta Northwest Face ("Weg der Freunde", first ascent)
1967 - Agnér North Edge (first winter ascent)
1967 - Furchetta North Face (first winter ascent)
1967 - Agnér Northeast Face (first ascent)
1968 - Agnér North Face (first winter ascent)
1968 - Eiger North Pillar (first ascent)
1968 - Marmolata South Face (first ascent)
1969 - Droites North Face (solo)
1969 - Marmolata di Rocca South Face (solo)
1969 - Civetta ("Philipp Flamm", solo)
1970 - Nanga Parbat (8125m, Rupal face, first ascent)
1971 - Expeditions to Nepal, Pakistan, Persia, East Africa, New Guinea
1972 - Manaslu (8156m, South Face)
1972 - Noshaq (7492m, in Hindu Kush)
1973 - Pelmo Northwest Face (first ascent)
1973 - Marmolata West Pillar (first ascent)
1973 - Furchetta West Face (first ascent)
1974 - Eiger north face (in 10 hours)
1974 - Aconcagua (6959m, South face, first ascent)
1975 - Gasherbrum I Northwest Face (first alpine style ascent above 8000m)
1976 - McKinley (6193m)
1976 - "Wall of the Midnight Sun" (first ascent)
1977 - Dhaulagiri (8167m, failed)
1978 - Mount Everest (8850m, first ascent without supplemental oxygen)
1978 - Nanga Parbat (8125m, Damir face, first solo ascent of an 8000m peak)
1978 - Kilimanjaro (5963m, Breach Wall, first ascent)
1979 - K2 (8611m, first ascent in alpine style)
1979 - Ama Dablam (rescue operation)
1980 - Mount Everest north side (8850m, first and only true solo ascent)
1981 - Shisha Pangma (8012m)
1981 - Chamlang North Face of the central summit (7317m, first ascent)
1982 - Kangchenjunga north face (8598m, first ascent)
1982 - Gasherbrum II (8035m)
1982 - Broad Peak (8048m)
1982 - Cho Oyo (8222m, attempt in winter)
1983 - Cho Oyo (8222m, alpine style)
1984 - Gasherbrum I and II (first traverse between 8000m mountains)
1985 - Annapurna Northwest Face (8091m, first ascent)
1985 - Dhaulagiri Northeast Edge (8167m, alpine style)
1986 - Makalu (8485m, failen in winter, returned in summer)
1986 - Lhotse (8511m)
1986 - Mount Vinson (4897m, Antarctica)
1987 - Journey to Bhutan and the Pamirs
1988 - Yeti-Tibet-expedition
1989 - Lhotse (8511m, South face attempt)
1990 - Traversed Antarctica (via the South Pole on foot - 2800km)
1991 - Traversed Bhutan (east to west)
1991 - Hike in South Tyrol (800km)
1992 - Chimborazo
1992 - Crossed the Takla Makan desert (south to north)
1993 - Journey to the Dolpo, Mustang and Manang areas in Nepal
1993 - Traverse of Greenland (from southeast to northwest on foot - 2200km)
1994 - Himalayan environmental trek to Gangotri in India
1994 - Shivling (6543m)
1994 - Ruwenzori (5119m, Uganda)
1995 - Attempt to traverse the Arctic (Siberia to Canada)
1995 - Belucha (4506m, Altai, Siberia)
1996 - Journey through East Tibet (Chengdu to Lhasa and to the Kailash)
1997 - Journey to Kham (eastern Tibet)
1997 - Karakorum-expedition
1997 - Documentary on the Ol Doinyo Lengai in Africa
1998 - Journey to the Altai Mountains (Mongolia)
1998 - Journey to Puna de Atacama (Andes)
1999 - Documentary on San Francisco Peaks, USA
2000 - South Georgia (traverse following in Shackletons footsteps)
2000 - Nanga Partbat (8125m, attempt to climb a new route)

BOOKS

All Fourteen 8,000ers
My Quest for Yeti : Confronting the Himalayas Deepest Mystery
The Crystal Horizon : Everest-The First Solo Ascent
Annapurna: 50 Years of Expeditions in the Death Zone
Antarctica : Both Heaven and Hell
Everest : Expedition to the Ultimate
Hermann Buhl : Climbing Without Compromise
Moving Mountains
The Second Death of George Mallory : The Enigma and Spirit of Mount Everest
Big Walls : History, Routes, Experiences
The Challenge
K2
Monte Rosa
The Seventh Grade
Solo : Nanga Parbat

Fonte: wsystem.com.br/hardgrit /
www.hangon.com.br/

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Conselhos para qualquer escalador

    Penso que, toda informação é importante, para uns mais, para outros menos, porque sempre podemos tirar algo de útil para nossa vida e para nossas atividades esportivas. Assim, estou postando aqui no Escala Floripa este tutorial com algumas regras básicas. Divirtam-se!!!


1. Aprenda e domine os nós “volta de fiel” e “UIAA”. Eles são incrivelmente úteis quando você esquece ou mesmo perde seu material de escalada. Pessoas antes de você utilizaram e utilizam estes nós pois eles realmente funcionam.



2. Lembre-se sempre de pesquisar qual é o caminho e as peculiaridades para RAPELAR em vias de múltiplas enfiadas. Irá evitar muito aborrecimento, dor de cabeça e principalmente uma péssima noite em algum platô...


3. A carregar a cordas nas costas, enrolada em formato de “mochila” – é muito mais útil do que você imagina.


4. Pode parecer simples, mas saiba qual é a diferença entre uma escalada “flash” (primeira tentativa com algum tipo de conhecimento anterior da via), “onsight” (escalada na primeira tentativa sem nenhum conhecimento prévio), “redpoint” (escalada a qualquer momento após sua primeira tentativa, no Brasil usamos a expressão “encadenar sacando as proteções”) e “pinkpoint” (escalada com os proteções previamente posicionadas). Não minta a você mesmo sobre isso.


5. 8a na graduação francesa equivale a um 5.13b na graduação americana. E na graduação brasileira ? Aprenda e conheça os diferentes sistemas de graduação de vias.


6. Aprenda como evacuar no ambiente natural (ou seja, cavar um buraco, tampar o serviço feito, colocar fogo no papel higiênico e garantir que a chama não se propague para lugar nenhum).


7. Aprenda a “limpar” as vias após escalar. Ou seja, não deixe costuras e material nas paredes de escalada.


8. Urtigas e espinhos. Aprenda a reconhecer plantas venenosas e fique livre de problemas.


9. Se você encontrar várias costuras penduradas em uma via de escalada, elas não são suas para levar embora: há alguém “trabalhando” para conseguir encadenar a via! Use-as e deixe-as em seu devido lugar.


10. Não confie em material abandonado nas vias de escalada, isso serve principalmente para fitas e cordeletes de abandono em chapeletas.


11. Saiba como usar o Grigri, Sum, Cinch... se você não sabe usá-los aprenda como fazer e treine. Não há nada pior para alguém que está guiando uma enfiada ser subitamente “travado” enquanto tenta passar a corda em uma proteção.


12. Por melhor que você escale, mantenha sua humildade: sempre há alguém que escala mais e melhor do que você.


13. Não há espaço na escalada para o orgulho. O aprendizado é um processo, então contente-se em aprender lentamente e com humildade.


14. Conheça sempre o seu parceiro de escalada. Não confie sua vida em alguém que você não possua total confiança.


15. Agarras quebram. Coisas e pedras caem (e você também). Um capacete pode salvar sua vida.


16. Antes de realizar um rapel ou descer alguém de “baldinho”, tenha CERTEZA que a corda irá chegar até a próxima parada ou ao chão.


17. Aprenda a fazer “auto-resgate”, ou seja, saiba usar os nós auto-blocantes para subir por uma corda. Sempre utilize backup no rapel, ou seja, por exemplo o “prussik francês” abaixo do freio descensor.


18. Escalada também é cultura. Leia e aprenda. (O "Freedom of the Hills" é obrigatório. O 'Escale melhor e com mais segurança" do Flávio Daflon, ou o "Com unhas e dentes" do Sérgio Beck são outras leituras imprescindíveis).


19. Existem vários "jogos" de escalada. Boulder, esportiva, tradicional, escalada alpina... todos são divertidos !


20. Gosta mesmo de escalar ? Então viaje, conheça outros estados, outros locais de escalada.. planeje-se para conhecer outros países !


21. Fale menos. Escale mais. E por ultimo reproduzo a frase do Wolfgang Gulich : “O melhor escalador é aquele que mais se diverte”.


Artigo original: http://www.marski.org/artigostecnicos/310-conselhos-para-qualquer-escalador

domingo, 12 de setembro de 2010

Escalada Esportiva x Alimentação

 A escalada esportiva nada mais é do que uma arte de escalar montanhas, paredes ou qualquer outra estrutura que possibilite a subida com a força e mobilidade corporal. Uma atividade que exige habilidade como o equilíbrio. Dentro da escalada existem diversos tipos de estilos de escaladas os quais podem influenciar nas necessidades especificas em relação à dieta e aos treinos preparatórios. Divide-se em três categorias distintas. São elas: Escalada de Boulder, de Dificuldade e de Velocidade.


O esporte escalada esportiva é uma prática que utiliza as técnicas e movimentos de montanhismo e que tem como objetivo exigir o máximo de força e concentração do atleta. A técnica, a coragem, a adrenalina, juntamente com a força, são os fatores fazem da Escalada um esporte apaixonante.

Uma atividade que vai além de homens querendo escalar grandes arranha-céus pelo mundo. A escalada é muito mais importante que isso, e quem pratica quer antes de tudo desenvolver uma atividade que irá livrá-los do stress do dia-a-dia. A pratica pode ser feita por qualquer um, não é usado só os movimentos do corpo mas também o raciocínio rápido e muita inteligência na hora de escolher o melhor caminho.

O gasto energético na escalada pode ser influenciado de acordo com as situações específicas da escalada, porém os sistemas oxidativo e o ATP-CP são os prioritários na transferência da energia na escalada esportiva indoor, independentemente da intensidade das rotas ou do nível de aptidão dos indivíduos. Então a musculação tem o mesmo sistema de energia e seria sim uma base de treino importante para o escalador.

O consumo de carboidrato é a principal fonte de energia para o esportista ou atleta dessa modalidade e ele pode ser consumido em alimentos e em forma de suplemento. Banana, maçã, melão, laranja, mamão, uva, pêssego, açai, pão, batata cozida, aveia, granola, macarrão, tubérculos, biscoitos sem recheio.Os suplementos para manter a escalada seria legal carboidrato de absorção gradativa, existem esses suplementos em forma de gel, em pó para ser misturado com liquido, em forma de barra e os isotônicos que são bebidas de carboidratos acrescentada de micronutrientes já prontas, e existem as em pó para serem preparadas.

As refeições principais como almoço e jantar deve existir pelo menos 1 porção de carne ou ovo, a ingestão de legumes e verduras ajudaram nos processos bioquímicos os quais melhoram o raciocínio.

Uma alimentação saudável é sempre lucrativa para qualquer atividade, basta não exagerar em comidas “junk food”.

Para cada tipo de pessoa existem os alimentos e suplementos que melhor se enquadre ao seu tipo Físico e quantidades apropriadas que lhe dará um melhor resultado, consulte seu nutricionista.

A arte de Escalar Montanhas

     A escalada de montanhas envolve força, controle e habilidade. Usar os músculos de seus braços e pernas para se impulsionar para cima em uma montanha íngreme exige força e controle. Usar o seu cérebro para posicionar as mãos e os pés para que os músculos possam fazer seu trabalho: isso é habilidade.

   Neste artigo, vamos ver os diferentes tipos de escaladas e aprender sobre o equipamento e habilidades que os escaladores usam para subir uma montanha que pode ser elevar a milhares de metros.

   Um esporte que pode ser feito em interiores em estruturas de escalada de madeira compensada, ou ao ar livre em rochedos íngremes de milhares de metros de altura, a escalada de montanha tem várias modalidades hoje:

  • Escalada tradicional: Preso a uma corda, escaladores aos pares usando equipamento profissionais escalam uma montanha carregando bandoleiras de equipamentos especiais. À medida que sobem, colocam calço, nuts (entalador em forma de cunha) e outras formas de proteção de suas bandoleiras nas fendas da rocha. A corda é enganchada a estas peças de proteção para evitar quedas.
  • Escalada esportiva: similar à escalada tradicional em muitos aspectos, exceto que as peças de proteção são fixas permanentemente na rocha. Isto torna o esporte de escalada mais seguro, mais rápido e mais barato do que o tradicional.
  • Escalada livre solo: similar à escalada esportiva exceto que você não usa corda. Se cair, morre.
  • Escalada indoor: similar à escalada esportiva, exceto que os escaladores usam estrutura de escalada interna feita de madeira compensada ou concreto e suportes para mãos e pés fixos na estrutura.
  • Escalada no gelo: similar à tradicional, exceto que se escala uma formação de gelo (como uma cachoeira congelada ou uma geleira) ao invés de uma formação rochosa.
  • Bloco de rocha: Similar à escalada esportiva, mas você escala em blocos de rocha (ou as laterais de chaminés e edifícios) em vez de rochedos íngremes e penhascos.
   Imagine, uma folha de vidro alta vertical de 300 metros contínua e sem emenda. Se você tivesse de escala-la, seria impossível a menos que você tivesse ventosas nas mãos e pés. Agora imagine uma montanha vertical de 300 metros cheias de fendas e afloramentos tão óbvios e tão fáceis de encontrar que você pode escalar como se subisse uma escada. A escalada de montanhas sempre fica entre estes dois extremos.

   No caso mais fácil, não há necessidade de habilidade especial. Contanto que uma pessoa esteja em boa condição física, é possível para qualquer um escalar uma montanha como esta. Os escaladores deve ser capazes de encontrar suportes de mão e pé adequados, equilíbrio sobre eles em posições precárias e se movimentar de um ponto ao outro sem cair. Em rotas difíceis pode haver fendas finas com pouco espaço para se segurar, saliências que necessitam de uma força incrível para se atravessar e vento e temperaturas que fazem da rota de subida na rocha a mais desafiadora.

   Quando possível, o escalador tenta fazer o máximo do trabalho da escalada usando as pernas. O ideal é que os escaladores tentem manter seu centro de gravidade acima dos pés para depois puxar as pernas para cima. Eles usam os braços e mãos apenas para se equilibrarem e se posicionarem. À medida que a rocha fica mais lisa, é mais difícil manter esta posição ideal. É aí que a força e a agilidade entram. Em rotas mais difíceis, o escalador precisa de uma incrível força nos braços, mãos e dedos e resistência para se fixar à rocha.


Sistema de Classificação

   Nos Estados Unidos, os escaladores usam um sistema de classificação padrão para descrever a dificuldade nas diferentes rotas. Há 6 classes nestes sistema, variando de classe 1 (marcha normal) até passeio a pé, caminhada e então escalada na classe 5. Tudo o que é conhecido como “escalada de montanha” cai na classe 5. A classe 6 é para paredes de rocha que são tão lisas que não há como escalar sem auxílio artificial como escadas.

Dentro da classe 5 há 14 níveis diferentes que se distribuem assim:

• 5,0 até 5,4: nível iniciante. Fácil de escalar, como uma escada.
• 5,5 até 5,7: nível intermediário. Escalável com sapatos normais ou botas, mas requer mais habilidade.
• 5,8 até 5,10: nível experiente. Requer calçados de escalada, experiência e força.
• 5,11 até 5,12: nível perito. Talvez apenas 10% dos melhores escaladores do mundo possam lidar com estas rotas.
• 5,13 até 5,14: nível elite. Apenas para os melhores dos melhores.

   Hoje, o mais fácil e seguro modo de começar a escalar é ir a uma academia de escalada indoor e fazer um curso. Lá você vai aprender as técnicas básicas em um ambiente seguro, desenvolver sua força e habilidade e encontrar outros escaladores. Qualquer cidade grande tem dois ou três ginásios de escalada. Uma vez que você entende os fundamentos, pode encontrar um parceiro e começar pelas rotas esportivas mais fáceis. Conforme adquirir experiência, você pode ir avançando para rotas mais difíceis.

 
Fonte: http://www.esportedeaventura.com/blog/novidades/a-arte-de-escalar-montanhas

sábado, 4 de setembro de 2010

FATOR PSICOLÓGICO NA ESCALADA

É o psicológico que separa os homens (e mulheres) dos garotos neste esporte. Um axioma bem conhecido na escalada é que "grande parte dos maiores feitos resultam mais da superação mental do que da física".

"Eu quero fazer alguma coisa absolutamente no meu limite, onde meu corpo inteiro está gritando de dor, tudo quer cair, mas eu continuo".– Jerry Moffatt

Motivação constante é fundamental para atingir o potencial atlético. Com este objetivo, crie incentivos para treinar, mantenha o pensamento positivo enquanto escala e comece com o resultado final esperado em mente. Desta forma você sempre estará motivado.

Estabelecer objetivos detalhados ajudam a estimular suas ações diárias e a longo prazo. Pergunte-se "o que eu posso fazer na próxima hora, dia, semana, mês ou ano para melhorar meu desempenho na escalada?". Estabeleça objetivos de curto, médio e longo prazos de acordo.

Disciplina é fundamental na busca pela excelência. Procure sempre distinguir o que é importante do que é urgente. Dê preferência a atividades que posturas que o conduzam ao seu objetivo final e apenas ocasionalmente se deleite com festas, comidas e bebidas quando atingir um objetivo de médio prazo.

Confiança é essencial para atingir o seu limite. Sempre se “aclimate” com as condições nas quais você vai atuar. Nada desenvolve melhor a confiança do que já ter estado na dada situação antes. Desta forma, um dos seus objetivos no treinamento deve ser “imitar” ao máximo a atmosfera, situações e o terreno do projeto ou competição para a qual você está se preparando.

A visualização ajuda a pré-programar a realidade do futuro. Use esta técnica diariamente seja na preparação para o treinamento, na escalada ou em qualquer outra atividade importante.

Pratique a visualização com todos os seus sentidos. Trabalhe sua habilidade de criar imagens mentais frescas e claras de pessoas, lugares e eventos;

Imagine as cenas ricas em detalhes. Quanto mais vívidas as imagens, mais poderosos serão os efeitos da visualização no seu desempenho;

Use fotos, croquis, mapa de crux ou vídeos para melhorar a precisão dos “filmes” mentais da sua escalada;

Visualize repetidamente o projeto ou seqüência com a qual você está tendo problema;

Crie e armazene na mente imagens positivas para substituir as imagens, pensamentos e sentimentos negativos;

Crie mentalmente um filme de você mesmo lidando com várias situações e problemas que podem surgir durante uma escalada.

"Rituais" pré-escalada dão origem a desempenhos consistentes. Observe o "ritual" dos jogadores de basquete antes de cada arremesso livre. Estabeleça uma rotina detalhada a ser executada antes da escalada incluindo todas as tarefas preparatórias desde se equipar até o "ensaio" mental da via.

Determine se um medo particular é razoável ou não. Fique sempre atento aos medos razoáveis, mas lute contra os medos não razoáveis. Manter-se relaxado e ter um bom discernimento é um antídoto eficiente contra a maioria dos medos infundados com os quais nos deparamos na rocha. Mantenha o foco no que é mais provável de ocorrer e não na situação de pior caso possível, que é apenas remotamente possível.

Pressão psicológica moderada, e não a ausência completa de pressão, conduz aos melhores desempenhos. Aprenda a canalizar a boa pressão e se livrar da má quando estiver “na cadeira do piloto”. Suas ações e pensamentos nos dias e horas anteriores ao evento (seja uma cadena, campeonato, etc) determinam seu nível de pressão. Use técnicas de relaxamento como antídoto para as pressões negativas.

No mundo da escalada, o termo “foco” significa manter um elevado nível de concentração da energia mental na tarefa mais importante em cada instante dado. O foco melhora a conexão mente-corpo-rocha e, conseqüentemente, as chances de sucesso. Invista algumas semanas para treinar ativamente o foco. Após aproximadamente 10 sessões de treinamento de foco você vai começar a se sentir mais “conectado” com a rocha e mais capaz de manter-se focado no meio das situações mais estressantes. Seu desempenho vai disparar.

Controlar suas emoções enquanto escala significa controlar o seu desempenho final. Divida a escalada em trechos lógicos definidos por posições de descanso. Em cada uma destas posições de descanso efetue a seguinte seqüência:

Respire de maneira ininterrupta: recupere seu ciclo de respiração, concentre-se em uma respiração suave e profunda;

Feição facial positiva: abra um pequeno sorriso independente do seu estado mental. Você vai sentir a diferença imediatamente;

Postura equilibrada: levante a cabeça, mantenha seus ombros relaxados, sua coluna confortavelmente ereta e o abdome livre de tensão;

Onda de relaxamento: faça uma rápida varredura de todos os seus músculos para localizar e eliminar a tensão desnecessária;

Checagem mental: mantenha-se focado, com pensamento positivo e não intimidado pela tarefa a seguir. Então, mande a via!

Use o pensamento positivo para melhorar seu estado mental e suas chances de sucesso. Converse consigo mesmo para espantar o pensamento negativo, relembre suas habilidades e reforce suas qualidades positivas.